Educação bilíngue
Henrik tem três anos e meio e vive com seus pais em Oslo. Sua mãe, Ida é norueguesa e seu pai Marcos é brasileiro. Ambos querem transmitir a sua língua materna para o seu filho, tendo em vista as inúmeras vantagens de uma educação bilíngue.
Se pais de diferentes línguas querem ensinar seus filhos os dois idiomas, é recomendado que eles pensem desde o começo num conceito de aprendizagem para introduzir a criança nas dois idiomas.
Aqui, mostramos alguns princípios que têm sido usados por muitos pais:
Uma língua – uma pessoa
Alguns casais decidem falar cada um em sua língua materna com a criança. No nosso exemplo, Ida fala apenas norueguês com Henrik, enquanto seu pai somente português. Embora algumas situações sejam difíceis, este princípio de one language – one person ainda é o mais recomendado, especialmente nos primeiros anos de vida, já que Henrik irá aprender a distinguir entre os dois sistemas de linguagem.
Como promover o idioma “mais fraco”
Se uma das línguas dos pais é falada somente em casa, é aconselhável incentivar especialmente o idioma que a criança não ouve em sua vida cotidiana. A língua”mais forte”, geralmente a língua do país em que se mora, é a língua em que a criança tem o maior contato – seja no parquinho, enquanto se faz compras, quando os amigos vêm visitar os pais, quando se tem o contato com a família que vive no país, etc.
A promoção da língua “mais fraca” pode ocorrer, quando ela se torna particularmente interessante. O pai de Henrik lê livros em português e arrisca até mesmo a tradução simultânea de livros que estam escritos em norueguês. Ele canta canções durante a hora do banho, brinca com ele jogos que são jogados apenas no Brasil ou até prepara uma comida típica brasileira.
Também na concepção de festas de família, a família orienta-se em tradições brasileiras. Os pais também concordaram que em tais ocasiões só o português será falado. Assim, o idioma para o pequeno Henrik sempre terá um charme especial, já que ele pode entender e interagir nesses momentos muito especiais com seus conhecimentos linguísticos. Nessas celebrações, incluindo a mãe de Henrik deve falar em portugês, treinando também seu conhecimento da língua.
Outras famílias decidem, por exemplo, que nos fins de semana se fala uma língua, durante a semana a outra. Ou no café da manhã um idioma, na hora do almoço o outro… ou nas férias… – Como você pode ver, há muitas opções.
O aprendizado do idioma “mais fraco” também pode ser promovido através de filmes ou música nesse idioma. Assim, a curiosidade da criança é despertada, sempre que ela perguntar por uma palavra que não foi entendida no idioma.
É importante, por fim, que a aprendizagem da língua seja sempre de um modo divertido, sem conflitos e pressão, especialmente na infância.
Responder apropriadamente quando a criança cometer algum erro ou misturar os dois idiomas
Se Henrik mistura as duas línguas dizendo por exemplo à noite: Jeg vil ikke cama. Seu pai responde: Se você for agora para cama, eu posso ler uma historinha com você. Henrik é corrigido desta maneira, sem ser chamado a atenção pelo “erro”.
Na verdade, principalmente quando pequenas, as crianças ainda não tem noção do conceito abstrato a “língua portuguesa” ou a “língua norueguesa”. Por isso, não exagere nas explicações gramaticais, isso pode fazer com que ele perca o encanto pelo idioma.
Além disso, evite de pedir ao seu filho que ele mostre como se fala num idioma, como por exemplo: Henrik, fale … em norueguês! ou Mostra pra tia como você sabe falar em português! Por mais encantador que seja e você fique todo orgulhoso, isso pode constranger o seu filho e ele pode associar a situação constrangedora com o idioma, formando assim uma conexão negativa com a língua.